2 de dez. de 2010

As comunidades são uma busca por interesses comuns ou uma forma de se isolar do que é diferente?

Ouvi falar que, atualmente, estamos perdendo a capacidade de aceitar as contradições na comunicação, a tolerar as mais diversas formas de ser. Era comum alguém realizar uma escolha de programa de TV, por exemplo, e os demais da família o seguir, aceitando mesmo sendo diferente ao seu gosto.

Para a caracterização do termo comunidade deve-se considerar a partilha de culturas e histórias, a identidade do grupo, os ideais comuns, as normas e outros objetos culturais que contribuam para o estreitamento das relações. Anteriormente, era construído em um contexto físico e territorial. O impacto que a Internet e a tecnologia proporcionaram às relações humanas fez com que sociólogos e pesquisadores redefinissem este tema e chegassem à conclusão sobre a existência de comunidades em um espaço não físico, ou seja, o espaço virtual.

Virtual? Isso era muito comum, nos anos 90, repartir o espaço em virtual e real. Cada vez mais, as relações deixam de ser classificadas e adjetivadas de reais ou virtuais e passam a ser denominadas como relação existente, não importando o meio iniciado e, sim, a consciência ou motivo estabelecido ou criado para aquela comunidade.

Percebo que, anterior ao questionamento (As comunidades são uma busca por interesses comuns ou uma forma de se isolar do que é diferente?), é preciso analisar a construção do relacionamento feito pelo indivíduo, isto é, conhecer o desenvolvimento do diálogo estabelecido com o(s) outro(s). A Internet, nada mais é que um espelho dessas relações apresentadas na sociedade. Se as relações em sociedade são estereotipadas / preconceituosas, continuarão sendo assim nas relações estabelecidas na Internet.

Em matéria publicada pela Adnews, por exemplo, Marcelo Tas comenta que usa a busca do Twitter para ver tudo que as pessoas falaram de bom ou ruim sobre o programa e acrescenta que nunca na história da TV existiu uma ferramenta assim.

Será que naquele tempo de quando víamos apenas TV era compreensão de tolerância sobre as contradições? Ou apenas aceitação, sem poder ter o ato da escolha?

Qual é a sua opinião?

Um comentário:

  1. Renato, só podia ser aceitação.
    Compreensão de tolerância sobre as contradições do(s) outro (s)? Nem pensar.
    Sendo daquela geração, hoje estou começando a ampliar meus horizontes e ser tolerante com as minhas contradições!
    Embora, esteja neste momento representando uma Empresa, tenho a liberdade de escrever o que desejo.
    Visito comunidades com afinidades porque aprendo muito e também aquelas que causam-me estranhamento.
    Puro exercício de diversidade?
    Talvez a busca por conhecimento esteja também me impulsionando, mas sem dúvida a curiosidade, a possibilidade de estar em espaços, antes proibidos (por minha formação rígida) seja um um grande impulsionador, mas como profissional da área de reabilitação, me sinta impulsionada a ir além dos meus limites pessoais.
    É isso que eu ensino, não é?
    Então, como pessoa, o que posso contribuir para ir além de meus preconceitos, ir além das minhas relações estereotipadas?

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